Encontro Com Rama, de Arthur C. Clarke é um livro que deve ser lido obrigatoriamente, é um clássico da Ficção Científica, tendo vencido os prêmios Hugo e Nebula. Minha edição é da Nova Fronteira, lançada em 1976. Sim! Comprei no Estante Virtual baratinho, pois adoro livros antigos.
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| Minha edição tem essa capa. |
O tradutor chama-se Leonel Vallandro e o livro original foi publicado em 1973. Na minha opinião, a data da escrita da obra só engrandece o texto. Vale ressaltar que a Aleph recentemente lançou uma nova edição da obra. A história gira em torno de um suposto meteoro que invade o sistema solar e que descobrimos tratar-se de uma nave cilíndrica titânica, com 50 km de comprimento (isso mesmo, 50 km) e 40 km de diâmetro (sim, 40 km), batizada de Rama. Evidente, os humanos vão até ela a fim de entender exatamente o que é tal objeto.
Uma nave humana intercepta Rama e adentra no misterioso e colossal cilindro alienígena. A partir daí são só mistérios e revelações sem tréguas para o leitor, componentes de um grande livro. Mas como é a Terra no tempo de Rama? O que aconteceu com o planeta?
A situação terrestre é muito interessante e constitui-se como essencial para que a história aconteça. Basicamente, em 2077 a Terra é atingida por um meteoro que varre do mapa as cidades de Pádua, Verona e Veneza e mata seiscentas mil pessoas. Nesse contexto, criou-se o SPACEGUARD, um projeto para evitar que meteoros desse tamanho atingissem novamente a Terra. O intuito era catalogar todos que orbitavam próximos da Terra e identificar os que possivelmente atingiriam o planeta com o máximo de antecedência. O projeto consistia em vários radares espalhados por diversos membros do Sistema Solar, como Marte e a Lua, que enviavam informações para os potentes computadores do sistema SPACEGUARD.
Rama foi descoberto em 2131, e a Terra e a humanidade eram diferentes. Clarke dá indícios de que os recursos naturais terrestres se esgotaram, tendo em vista que é objetivo reduzir a população do planeta para menos de 1 bilhão de habitantes (a população da Terra em 2013 era de 7,125 bilhões de pessoas). Nesse tempo, os humanos já colonizaram seis corpos do Sistema Solar: Marte, Mercúrio, Lua, Ganímedes, Titã e Tritão. Essas colônias, através de seus respectivos embaixadores, formam o que Clarke denomina de Planetas Unidos.
As maravilhas tecnológicas possibilitaram também o aumento da expectativa de vida dos humanos. Um dos personagens do livro tem exatamente 115 anos. Os homens podem casar-se com duas mulheres (o personagem principal tem duas mulheres, uma em Marte e outra na Terra) e a religião católica possui uma interessante variação, chamada Quinta Igreja de Cristo-Cosmonauta (que crê ter sido Cristo um visitante extraterrestre). Outro fato interessante que passou-me quase despercebido, é o o de não existirem mais livros físicos nessa época. O que é outro indicativo óbvio da falta de recursos naturais. Porém os mesmos são chamados de "Livros Reais".
O objetivo do texto era justamente juntar as informações e trazer esse background da situação que origina o livro. Uma coisa que gostaria de ressaltar é que só entendi realmente a dimensão e até mesmo as descrições do interior de Rama através das artes que existem a respeito da mesma. Vale a pena procurar na internet imagens como a mostrada abaixo (não encontrei o nome do artista, mas saca que perspectiva louca, esse é tipo o polo sul da nave, sendo que os humanos entraram pelo outro polo):
PS: A minha edição apresenta em ambas as capas um desenho do interior de Rama, que permite uma visualização muito interessante da nave.
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