sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Considerações acerca da Releitura/George Martin

  Resolvi reler toda a série da Guerra dos Tronos nos primeiros meses de 2016, já que as expectativas eram que o sexto livro sairia esse ano, possivelmente antes da nova temporada da série (que não assisto mais). Peguei o primeiro livro numa noite e li alguns capítulos na clássica leitura-deitado-na-cama-esperando-o-sono-chegar.
  Ao acordar feliz e matreiro, olho o twitter e me deparo com isso:



    Enfim, o universo conspira contra mim, fato comprovado. O plano original era terminar a releitura do quinto livro muito próximo do lançamento do sexto; plano esse que falhou miseravelmente. Fiquei um pouco frustrado com a notícia, tendo em vista que estou muito empolgado com a história e ansioso para saber que diabos vai acontecer em Westeros mas entendo o autor, ele se envolveu em muitos projetos e acabou perdendo o fio da meada.
  Ainda assim, continuei a releitura do primeiro volume da série. Refleti muito sobre o fato da releitura, julgando opiniões de algumas pessoas que tenho conversado por essas bandas da internet. Neil Gaiman, por exemplo, considera que a releitura é algo que não deve ser feito, tendo em vista que a memória das histórias e personagens está intrincada à memória de nossas emoções e sentimentos da época da leitura. Quando relemos um livro, estragamos essa lembrança.
  Alguns leitores fanáticos julgam que reler é "perda de tempo", pois está deixando de conhecer novas histórias. Minha opinião é a seguinte: A releitura de uma obra como a do Martin me possibilitou conhecer muito melhor o universo criado pelo autor, já que o livro já começa com inúmeras referências a famílias e locais que só serão entendidas mais tarde ou, como acontece em muitas situações, em outros livros. Isso ocorreu porque eu já não estava ansioso pra saber o que ir acontecer, mas sim prestando atenção em cada detalhe.
  Essa releitura está me permitindo uma imersão muito maior no ambiente do universo criado pelo autor, porque é feita livre de preocupações com os personagens (eu já sei o que acontece com eles); logo foco nas descrições geográficas dos locais, nas concepções de personagem, nos acontecimentos anteriores à história que está sendo contada e etc.
  Concluo que a releitura é muito válida em grandes histórias como essa, embora confesse que não tenho a mínima vontade de reler alguns livros que li e gostei muito, mas não oferecem nada numa releitura. Um exemplo é o livro Confie em Mim, de Harlan Coben. Ao saber da história e dos mistérios, está tudo resolvido, a releitura não mais me interessa, pois o cerne do livro é o mistério.

Fui!

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Um comentário:

Felipe Souza Soares disse...

Concordo plenamente, meu caro... A releitura pode sim, dependendo da obra, ser um mecanismo de ampliação da compreensão. Nova leitura, novo olhar sobre o objeto, com novo foco. Por isso não tenho hábito de grifar ou marcar livros, pois "engessa" possíveis novos olhares. A excessão é para materiais muito técnicos ou com aplicação muito específica. Abraços!