segunda-feira, 7 de março de 2016

Pessoas Mortas Falam Comigo

  A magia dos livros proporciona qualquer tipo de viagem. Do futuro ao passado, de lugares exóticos, ficcionais ou não, à vida cotidiana das pessoas, estamos sempre navegando nesse universo fantástico. Fundamental em toda criação literária são as identidades de experiências vividas pelos autores e pelos leitores, pois através dessas conseguimos sentir o que o autor passa, embora esse sentimento venha carregado de uma carga de subjetividade que nos é única.
  Essa carga subjetiva que me referi pode fazer com que amemos uma obra enquanto outros sejam indiferentes a ela. A ideia desse post é trazer ao blog uma obra que devido à carga subjetiva fez-me viajar vários anos ao meu passado e lembrar de histórias de pessoas que estão mortas há tempos.
  Nasci no interior de Minas Gerais. Minha família veio para a cidade quando adulta, ou seja, cresceram na roça, vida de trabalho duro e de prazeres esquecidos hoje em dia. Meus avós cultivavam o hábito de contar histórias de sua juventude e muitas delas eram "causos" de assombração, histórias que passavam de boca em boca alimentando o imaginário popular daquela época. Sabendo do meu gosto por essas histórias, foi-me indicado o livro Contos de Assombração, de Maurício Pereira.
  O livro em si é simplesmente maravilhoso! O Próprio autor fez os desenhos... E que arte! Cada conto é muito curto e a página tem uma arte adequada, que nos faz viajar diretamente ao universo descrito nas histórias. A magia dos livros, que fez-me criar esse blog, que me fascina e que me fascinará até a morte, vem com tudo nessa obra. Não resisti e comprei imediatamente um exemplar!
  As histórias giram em torno de casos muito conhecidos do folclore brasileiro. São lobisomens, sacis e outros seres que tanto ouvi falar na minha vida. Os contos são reais, contados por moradores da região de Redenção da Serra, município do estado de São Paulo.
  O final do livro traz uma ilustrações dos três contadores das histórias, personagens reais e conhecidos do autor, dos quais, infelizmente, dois já morreram. Esses mortos falaram comigo, ouvi da boca deles histórias quem eu avô contou-me. Enfim... Pra conhecer a obra melhor, só tendo-a em mãos.
  
   

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